Fios de Conta (Guia)

Ah, nossas guias...
Para cada uma delas, uma história a se contar.
Uma verdadeira conquista, que deve ser guardada e cuidada com muito amor, acho que todos devem concordar.

Então, para o início dessa matéria, gostaria de te fazer uma pergunta:

"Qual foi seu primeiro fio na Umbanda? Qual sua história?"

O meu? Foi de Oxalá. Foi dado por uma entidade muito especial para mim, pela qual tenho muito carinho e respeito: S. Tupinambá. E eu sei que naquele momento, enquanto aquele fio era entregue, ele já sabia por muitos dos caminhos onde iria passar até chegar sob seus cuidados, onde estou até hoje.

Quando me perguntam como cheguei na Umbanda, eu digo que a Umbanda me escolheu, que a Umbanda foi me buscar quando foi chegada a hora, e uso esse fio até hoje como representação disso: o que ele já sabia e eu nem imaginava. Eu era Sua filha, pertencia a Sua aldeia e Juntos trabalharíamos. 

"Acima de qualquer fio, seja ele bonito, cheio de pedras ou trançado, 
está o mais simples de todos e que guarda a maior das forças: o fio Dele, Oxalá."
S. Capa Preta


Os fios de conta, popularmente conhecido como "guias", são colares ritualísticos confeccionados sob a instrução exclusiva das entidadesCada fio é único e guarda consigo mistérios relacionados a espiritualidade de cada médium e suas energias e, por isso, a guia é um objeto pessoal e intransferível. INTRANSFERÍVEL

Sua confecção envolve a magia das cores, dos números e das formas de como podem ser produzidos, tudo devidamente instruído ou intuído pelo médium: em fio de nylon ou fio de algodão "cordonê''contas de louça ou sementes, com ou sem pingentes, entre outros. Nesse caso, aproveito para dizer que a melhor das opções é que o médium faça seu próprio fio, depositando nele, junto com cada conta, sua fé e sua energia, vivenciando um contato único com sua espiritualidade. Mas não se esqueça que todo fio, seja ele feito ou comprado, deve ser imantado/cruzado antes de ser usado!


Apesar de parecer simples, ao longo dos trabalhos se apresenta com funções importantes tornando-se indispensável aos mesmos. Além de ajudar na abertura dos chacras e na frequência vibracional do médium que o utiliza, por ser confeccionada com um material altamente atrativo, quando  entra em contato com energias densas, atua como escudo recebendo toda carga negativa e, por isso, muitas vezes, eles arrebentam sem uma explicação "física". Aqui eu costumo brincar: "antes eles do que nós!"  Brincadeiras a parte, isso acontece, e muito!

Nossas guias, enfim, são objetos sagrados, ferramentas na caridade espiritual que devem ser tratadas, sempre, com muito cuidado e respeito. São nossa força e nossa fé, nosso escudo de amor e paz. Cada uma delas conta nossas histórias, guarda nossas melhores lembranças e revela para que estamos aqui. Por favor irmãos, tenhamos a humildade e o entendimento do que isso representa. 

Deixo aqui, para encerrar essa matéria, um texto que nos permite uma reflexão sobre o assunto:

"Para alguns apenas enfeites, para outros status, para mim um legado. 
Um símbolo do que mais amo na vida, um retrato da minha fé. 
São mais do que minhas guias, nelas estão meu axé e o axé dos que me protegem. 
Cada miçanga conta uma história, alguém que foi ajudado, que se encontrou. 
Estão sempre bem cuidadas, porque são o reflexo da minha alma. 
Se eu fosse só já não estaria mais aqui, meu Orixá me ajudou a persistir.
Na noite escura, nos caminhos me guiou e na Umbanda eu retribuo o seu amor."

ANOTA AÍ - DICA DE EXPERIÊNCIA:

Irmão, fazer um fio pode ser incrível, por isso, quando a você for solicitado, faça com amor. Tire um tempo para sua espiritualidade, firme uma vela, peça para que a vontade deles se faça presente e para que te mostrem como deve ser. Coloque um ponto se puder. Cubra seu colo ou o local onde vai apoiar as miçangas e seu fio com um pano branco e inicie. Tenha a certeza que eles estarão ao seu lado durante todo o tempo! E depois, me conte como foi a experiência!


Axé!

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