A Culpa não é da Espiritualidade


Em nossas vidas atravessamos jardins e vales sombrios, momentos de paz e guerra, de fartura e carência, de saúde e doença, onde todos eles de alguma forma, contribuem para nosso crescimento pessoal e espiritual.

Faço referência ao crescimento espiritual porque cada encarnação é única e, por isso, devemos aproveitar essa oportunidade concedida pelo Pai Maior para resgatar aquilo que é preciso, cumprir a missão que traçamos e que nos foi designada e, por fim, evoluir.

Você deve estar se perguntando:

"O que a espiritualidade tem com isso?"

São momentos em que tudo da errado, muito errado mesmo, que chegamos à conclusão que existe algo estranho acontecendo. Nesse instante, somos invadidos por um turbilhão de sentimentos e pensamentos que nos confundem. Faço questão de me referir a isso porque, quando a pessoa mergulha em um desespero profundo, ela cria a tendência de atribuir à culpa e as soluções de seus problemas aos outros.

Numa busca por amenizar a dor, muitas vezes desconhecida, é comum as pessoas buscarem igrejas, templos, religiões e filosofias que possam lhes servir como uma válvula de escape. Nesses lugares, acabam por atribuir à causa de tantas desgraças, crises e problemas, a presença de seres desencarnados, pois assim o indivíduo se manté inconscientemente em um estado de fuga, escondendo-se atrás de sua própria sombra, transferindo a responsabilidade que tem perante o próprio destindo a terceiros.

É claro que a influência produzida por espíritos desencarnados e desequilibrados é nociva, porém, quero evidenciar que a culpa não é do espiritual. A pessoa por seu comportamento, seu padrão emocional e mental, sua conduta de vida moral e ética, é quem repele as coisas boas de sua vida, atraindo aquilo que condiz com seu padrão vibratório. Entenda caro irmão:

"O pensamento e as atitudes atraem..."

Tenhamos como exemplo uma pessoa que acaba de perder o emprego.
Ela estava na mesma empresa há dois anos e em todo esse tempo nunca realizou nenhum curso para seu crescimento profissional, além de produzir, nos últimos seis meses, muito menos do que antes produzia. Em razão da crise econômica atual, a empresa precisou demitir grande parte dos funcionários. Sem perspectiva de crescimento e sem produzir como o esperado, foi prontamente dispensada. Ao invés de analisar a perda do emprego e ir à busca de aperfeiçoamento, essa pessoa, não conformada, associou a perda do emprego a caminhos fechados, como um castigo das próprias entidades para que retornasse aos trabalhos, já que abandonou suas atividades mediúnicas há pouco tempo.

Viram? Em um simples fato do cotidiano, sob o qual a espiritualidade não realizou a mínima interferência, os colocamos como culpados ou utilizamo-los como desculpas. 
PARE IRMÃO!

A espiritualidade não tem culpa de nada. Eles, assim como nós - criações de Deus - são forças poderosas da natureza que, com toda sua luz, nos mantém mais perto Dele. Por isso, gostaria que você refletisse:

"Por que Deus, com toda a sua grandeza, plenitude e bondade, permitiria que uma parte de si fizesse mal a outra parte de si própro?"

A resposta é que não permitiria, não é? 

Mesmo acusados e até mesmo praguejados, a espiritualidade não nos abandona.
Eles se fazem presentes em todos os dias de nossas vidas, agindo através de intuições, amigos ou até sorrisos e ao se apresentarem nos dias de atendimento, nos terreiros, se demonstram prontos para nos confortar, das forças e um direcionamento para continuarmos nossa jornada. Recebem todos com muito afeto, sem nenhuma distinção, e preocupam-se em explicar tudo aquilo que é permitido, tentando aliviar as dores mais profundas daqueles que suplicam ajuda.

Infelizmente parte das pessoas que vão até a Umbanda buscar ajuda, acreditam que por estarem na religião, todos seus problemas serão resolvidos de imediato. Não é assim. As entidades, sejam elas quais forem, não tem a permissão divina de resolver nossas vidas e sim de nos auxiliar dentro do que for possível, se for de nosso merecimento, porém, é preciso entender que tudo tem o seu devido tempo.

Entretanto, o consulente, muitas vezes em estado de desespero absurdo, cria a tendência de não entender o que realmente esta sendo dito, mesmo que haja um esclarecimento por parte das entidades e dos cambonos. Eles tendem a escutar somente o que lhes é viável, criando motivos, posteriormente, para culpar a espiritualidade e novamente voltamos a questão acima.

"Você sempre será responsável pelo que diz, não pelo que as pessoas entendem."

Desde muito jovens na religião, fomos ensinados que somos responsáveis pelo nosso próprio destino porque somos dotados de liberdade de escolha (livre-arbítrio) e essas escolhas, que são realizadas todos os dias, irão refletir a curto ou longo prazo em nossas vidas. Em outras palavras, iremos colher exatamente o que plantarmos, obedecendo a maior das leis: de ação e reação.

Acredito que esse princípio, a qual guardo com zelo, seja muito mais abrangente do que aparenta, englobando o respeito, a confiança e a fé, formando a base da nossa existência. Digo isso porque é preciso ter respeito pelo próximo e por si mesmo, é preciso ter confiança naqueles que te guardam e manter a fé de que nunca se esta sozinho. Se você perde qualquer um dos três pilares, você perde a essência da vida.

Irmão, é preciso enxergar além para perceber que os pensamentos de agora definem nossas atitudes futuras, que as decisões hoje tomadas interferem em nossa caminhada e que o nosso jeito de ser determina o nosso modo de viver.

Ainda esta em tempo de olhar para o passado, o presente e o futuro, e firmar o compromisso com a vida, assumir suas responsabilidades e entender que a única pessoa capaz de mudar o seu destino, é você mesmo!

Manuela Campero.

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